quarta-feira, 20 de outubro de 2010

REDUÇÃO DE ESTÔMAGO SEM CIRURGIA!!!

Quem tem entre 10 kg e 15 kg para emagrecer e já tentou inúmeras maneiras visando obter sucesso - dietas das mais diversas e mirabolantes, inscrição na academia várias vezes, sem esquecer, claro, os remédios e as fórmulas milagrosas que, no entanto, só trouxeram desencanto e quilos extras - sabe que qualquer novidade na área soa como a salvação para mandar o excesso de peso para a lata do lixo. A notícia ruim é que, infelizmente, na realidade não é bem assim que as coisas acontecem. De acordo com José Afonso Sallet, mestre em Cirurgia Digestiva pela Universidade de Campinas (Unicamp), em Campinas, SP, geralmente quem está acima do peso até consegue eliminar o excesso em algum momento. O problema é que o que se perde em volume volta com muita facilidade. "Estudos já publicados mostram que 90% reportagem dos pacientes, que foram acompanhados com dieta, exercícios e remédios, recuperaram 100% da gordura perdida já no primeiro ano após o emagrecimento", adverte. É na contramão dessa triste realidade que o cirurgião trouxe, no ano 2000, a técnica do balão intragástrico para o Brasil. "A nossa intenção é facilitar o emagrecimento de quem já tentou tudo para combater o sobrepeso e não conseguiu", afirma o especialista.

"Ele ocupa até 40% do volume do estômago, o que reduz bastante a vontade de comer"
FONTE: GUSTAVO CARVALHO, CIRURGIÃO

Um estudo clínico chamado Brazilian Multicentric Study of the New Intragastric Balloon, coordenado por José Afonso Sallet, apresentado no último Congresso Americano de Cirurgia Bariátrica, realizado nos Estados Unidos, mostra os resultados da utilização da técnica de balão intragástrico (BIB) no tratamento de pessoas com sobrepeso - o Índice de Massa Corporal (IMC) se encontra entre 25 a 29,9. "Embora o procedimento responda por apenas 4 mil das 30 mil cirurgias bariátricas realizadas anualmente no Brasil, em média, ele é indicado para uma boa parcela da população, cerca de 30%, considerada com sobrepeso. Outra vantagem do balão é criar condições que facilitam o emagrecimento para quem, por exemplo, precisa perder alguns quilos antes de se submeter a uma cirurgia bariátrica", explica. A supervisão dos 171 pacientes, por um ano após o tratamento com o balão, apontou que eles conseguiram manter mais de 76% da perda de peso. "Temos acompanhado pacientes que fizeram o procedimento há cinco anos e chegamos à conclusão de que, um ano depois de retirar o balão, eles recuperam no máximo 20% dos quilos eliminados. Isso pode ser minimizado se o paciente tiver um acompanhamento médico, nutricional e psicológico", afirma Sallet.

Indicação específica
Não é qualquer pessoa com excesso de peso que tem carta branca para se submeter ao procedimento. "Os resultados são bastante eficientes em adolescentes, porque se por um lado eles sofrem para emagrecer, pois é grande a restrição de remédios nessa fase, por outro, se adaptam bem ao balão e aderem rapidamente à atividade física, agilizando a perda de peso", afirma Alessandra Rascovski, endocrinologista e especialista em cirurgia de estômago, de São Paulo. Porém, a médica alerta que existem outros aspectos a serem observados. "Avaliar a questão psicológica e o padrão alimentar são fundamentais. O procedimento não é indicado, por exemplo, para quem come compulsivamente ou belisca o dia inteiro, pois é muito mais difícil ter um controle, mesmo com o balão", avisa. "A técnica é bastante indicada para aquelas pessoas que consomem muito nas principais refeições. Isso porque a função do balão é proporcionar a sensação de saciedade e, assim, diminuir a ingestão de comida, além de aumentar o intervalo entre uma refeição e outra", esclarece a endocrinologista. O balão é indicado também aos obesos mórbidos, que têm a saúde debilitada por doenças relacionadas ao excesso de gordura. "Ao eliminar parte dos quilos extras, há uma melhora na saúde, o que torna possível uma cirurgia de redução de peso", afirma o cirurgião Gustavo Carvalho, especialista em Cirurgia Minimamente Invasiva e professor da Universidade de Pernambuco (UPE), no Recife, PE, e consultor da Silimed, a empresa que produz o balão no Brasil.

Tempo predeterminado
Só é possível permanecer com o balão por um período de seis meses. "É bom lembrar que não há milagres. Esse espaço de tempo funciona como uma adaptação à mudança de comportamento que o paciente terá de adotar depois da retirada do acessório. Afinal, ele impede que a pessoa coma além do necessário, pois ela se sentirá saciada com uma porção bem menor de alimentos", explica o cirurgião. "Nesse período, o objetivo não é apenas emagrecer, mas reaprender a se alimentar. Isso para que os novos hábitos permaneçam, mesmo depois da retirada do balão", enfatiza Alessandra.

Como a técnica ajuda a afinar
Antes que você opte pelo método é preciso saber como ele funciona. O dispositivo é constituído por uma membrana esférica de silicone (no formato de um balão), que, junto com um tubo para enchimento, proporciona a perda de peso. "O balão gástrico, ainda vazio, é inserido pela boca do paciente, que é apenas sedado, via laparoscopia. No estômago, ele é preenchido com uma solução salina e azul de metileno (entre 450 ml a 750 ml). A válvula é automaticamente lacrada quando o cateter é removido", explica o médico Gustavo Carvalho.

Outra vantagem do balão é que ele pode ocupar até 40% do volume do estômago, o que reduz bastante a vontade de comer", assegura o cirurgião. Segundo os especialistas, a colocação do balão é simples e não há necessidade de internação. O procedimento dura cerca de 15 minutos e o paciente é medicado e liberado no mesmo dia.

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